MEU AMOR

Inúmeros retalhos de textos atropelam-se na minha cabeça, como se fossem todos apanhar o comboio e estivessem atrasadíssimos. Corre, gritam, espancam-se; querem-se soltar e vir ao de cima. Ao de cima da mais bela voz, doce e suave, como um canto de pássaro, um perfeito chilrear, que dá um prazer enorme ouvir.
Finalmente decido (tentar) passá-los para o papel, fazer-lhes a vontade. Deixar que se tornem na mais bela melodia, claro se equiparar-mos ao chilrear dos passarinhos. Não sei se vou conseguir. Talvez sim, talvez não... talvez apenas. As frases ocorrem dispersas. No momento lembro-me de qualquer palavra que faça sentido. 2 segundos depois, já não. Tal e qual como se fosse um daqueles sonhos que não tem importância: apenas ocorrer para ocupar os tempos livres do sono. Gosto de lhe chamar assim, porque se formos a reparar verdadeiramente não passam de um mero passatempo. Uma pessoa adormece, enquanto dorme sonha com algo que em pouco ou nada contribui para a sua felicidade, acorda e já não se lembra de nada. Vou manter a minha teses e chamar-lhes aquilo que são: "ocupação de tempos livres do sono".
Detesto quando isto me acontece. Começo a divagar, a divagar e quando quero voltar a pegar no fio já não me lembro onde é que ele estava. Acho que é exactamente a mesma coisa com a vida e com os problemas. Aliás não acho, tenho a certeza.
Vejamos: problema 1 (vamos dar números aos problemas, porque a matemática é uma ciência exacta): tentamos resolver e consequentemente arranjar uma solução para o problema 1 que no momento é a nossa prioridade. Até ao segundo que nos aparece o problema número 2: Neste caso iremos deixar o problema 1 para trás tal como a procura da respectiva solução e dedicar a atenção ao problema 2 (que hierarquicamente é mais grave)... Assim sucessivamente até querermos voltar à resolução do primeiro problema e já não nos lembrar-mos em que fase é que ia. Conclusão: "perdeu-se o fio à meada".
Com isto, mantenho a minha posição que a memória que corresponde ao nosso ser, deveria ter algo como "guardar como". Acreditando ou não, por muito descabido que parece, algo me diz que iria ser muito útil.

P.s: Perdi o fio à meada e não escrevi sobre o que era suposto, tal como o título indica.
(11h:37min a.m ~31maio2010)

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